O título fala sobre nazistas naturais, e pode parecer meio acusatório, como se eu fosse aqui começar a apontar dedos e a dizer o que as pessoas devem ou não fazer… mas não (espera…só um bocadinho, posso?). Na verdade é uma análise pessoal, compartilhando aquilo que foram as minhas experiências como a própria Nazista natural. Sim, ouviram bem. Eu já fui parte do partido que dicta o que as pessoas devem ou não fazer com as suas cabeças.
Vamos começar do início. Antes de falar sobre ser uma ditadora natural(é mais suave) vou falar da era A.N.(antes do natural), da época em que eu ainda usava o cabelo frito desfrisado. Como já devem ter lido por aqui, eu não gostava muito do meu cabelo natural. O facto de muito cedo ter tido o cabelo liso, e de não ver nenhuma representação positiva de cabelo natural nos media, me fez acreditar que essa era a postura correcta, cabelo natural é feio, alisa que assim é bom!
Na família, eu tinha apenas as minhas irmãs mais velhas como pessoas que constantemente usavam o cabelo natural, e sinceramente não compreendia porquê elas não faziam como eu, mas elas lá tinham as suas razões. E eu segui assim, a sonhar com o dia que elas também teriam cabelo liso. Tive estas ideias até a minha adolescência. tenho duas amigas minhas que na altura tinham o cabelo natural de bom comprimento, e passavam a vida de trancinhas. Tinham um estilo tipo maria-rapaz, éramos todas rockers(de espírito ainda somos… rock on!), e volta e meia eu perguntava quando elas iam fazer alguma coisa com o cabelo: “já paraste para pensar o quão longo ele vai ficar?”. No entanto chegou o dia mágico! Uma delas alisou o cabelo, e eu olhei para ela com todo o orgulho!
Chegou o dia da outra amiga, e o universo já se havia alinhado para mim! Tínhamos 17 anos quando isso aconteceu, e eu ainda tinha a ideia de que esse era o padrão real de beleza. Por essas alturas o meu cabelo começou a ter a sua fase de declínio, o resto é estória que já conhecem (se ainda não conhecem, leiam o resto do blogue, por favor).
Em 2010 cortei as minhas pontas lisas, fiz o meu big chop para dar um descanso ao cabelo durante um ano, e voltar a aplicar qualquer produto de cabelo que o deixasse “manejável”. Quando decidi ficar com o cabelo natural e quando comecei as minhas investigações, foi um giro de 180 graus. Fiquei indignada com o que a indústria me fez acreditar sobre o meu cabelo, com os padrões de beleza europeus que engolimos à força e ficaram enraizados me nós, fiquei revoltada e virei uma “natureba” ferrenha.
Até aí, tudo bem, mas de repente já começava a atacar-me um espírito extremista… tal como acontecia quando eu tinha químicos no cabelo, só que com a carapinha. Olhava para quem desfrisava o cabelo e abanava a cabeça em sinal de reprovação, fazia uma campanha em casa, na faculdade e para quem quisesse ouvir, que não existe nada mais correcto do que ter o cabelo natural, e se alguém ousasse dizer que preferia o liso, ficava na minha lista negra, aquela que nega a sua identidade africana, aquela que tem a mente colonizada, aquela que é menos negra… enfim, me incomodava a sério. Recrutei algumas amigas para a onda natural, não digo à força, porque ninguém faz o que não quer, mas puxei à sério. Eu estou feliz por elas estarem felizes, mas parte dessa felicidade veio do facto de elas terem-no feito a seu próprio tempo e não terem cedido porque alguém insistiu que era o que deviam fazer, se assim tivesse sido, estaria a sentir-me mal. Mal porquê?
Na vida todos estamos em jornadas diferentes e há certos processos que se forem forçados criam um caos total e completo. Queiramos quer não, manter cabelo saudável(notem que falei de maneira geral) é algo que requer muita entrega e dedicação, muito tempo de estudo para conhecer o que o cabelo gosta ou não gosta, e sinceramente, para muita gente isso é enfadonho e trabalhoso demais. Há que entender que para alguns cabelo não é algo muito importante, é só cabelo… existe quem leva o cabelo para um lado político, é a sua perspectiva. Para alguns o cabelo é um adorno, gostam de se divertir com a variedade de penteados que podem fazer, é como se sentem.
Quero com isto tudo dizer que no fim das contas devemos nos respeitar pelas nossas escolhas. Se alguém acha mais prático usar cabelo desfrisado, é importante que essa pessoa se sinta bem com ela mesma, sem que tenhamos de apontar dedos e julgar, dizendo que esta não vive a vida da maneira que ela deve ser vivida, quem somos nós para dizer? Salvaguardemos em primeiro lugar a nossa sanidade mental, e a sanidade mental das nossas irmãs, o mundo já é tão cheio de pressões, não precisamos de aumentar a dor de ninguém. Nos abracemos e valorizemos o que há de mais bonito e precioso em cada uma de nós! A nossa alma de gente linda =)
Bom… se tiverem percebido, isto aplica-se para qualquer área da vida. Precisamos de mais abraços e de menos dedos apontados.
Vamos fazer um trato para 2019? Eu tenho dívidas inúmeras (vídeos super atrasados e artigos irregulares) e prometo me fortalecer mentalmente para cumprir como meu trato, pois sinto-me grata por ter criado uma comunidade de leitoras/es fiéis, que, mesmo não comentando sempre, dão uma força, uma energia muito grande quando nos encontramos. Mas comentem por favor, e me façam saber que estão a ler, É MESMO IMPORTANTE.
Então, eu prometo cuidar mais de vocês, e vocês prometam se cuidar também, com muito amor e carinho, compreensão, auto-compaixão e amor próprio! Espalhemos no mundo a luz que temos dentro de nós!
Muito obrigada pelo ano magnífico que me proporcionaram. Nasceu este bebé, que não se vai calar tão já!
É Janeiro, que 2019 seja um ano de conquistas!
Com um abraço super caloroso despeço-me,
Gizas
Natural Nazis
Hello, my friends. I’m back with energy in my fingers, and inspiration in my head. Today’s article is more directed to us women, today I want to talk about something somewhat controversial, which focuses on our choices and the judgments that come with them.
The title talks about natural Nazis, and it may seem a little accusatory, as if I were here to start pointing fingers and say what people should or should not do … but not (wait … just a little bit, can I?) . It is actually a personal analysis, sharing what my experiences were like the natural Nazi herself. Yeah, you heard me. I was once part of the party dictating what people should or should not do with their hair.
Let’s start at the beginning. Before I talk about being a natural dictator (it’s softer) I’m going to talk about the B.N. era (Before Natural), from the time when I still wore the creamy-cracked hair. As you may have read here, I did not like my natural hair very much. The fact that I had had my hair straightened from an early age, and did not see any positive representation of natural hair in the media, made me believe that this was the correct posture, natural hair is ugly, silky smooth hair is good!
In my family, I only had my older sisters as people who constantly wore natural hair, and I honestly did not understand why they did not do it like I did, but they had their reasons. I went on like that, dreaming about the day that they too would have straight hair. I had these ideas until my adolescence. I have two friends of mine who at the time had natural hair of good length, and spent life sporting braids. They had a tom-boyish type of style, we were all rockers (we’re still rockers on the inside), And almost every other week I would ask them when they would do something with their hair: “have you stopped to think how long it will be?”. However the magic day arrived! One of them permed her hair, and I looked at her with all pride!
The other friend’s day arrived, and the universe had already lined up for me! We were 17 when that happened, and I still had the idea that this was the real standard of beauty. By this time my hair began to decline, the rest is the story that you already know (if you do not know, read the rest of the blog, please).
In 2010 I cut my straight ends, made my big chop to give a hair rest for a year, and reapply any hair product that made it “manageable.” When I decided to keep my hair natural and when I started my research, it was a 180-degree turn. I was indignant at what the industry made me believe about my hair, with the European beauty standards that we swallowed by force , I became revolted and became a fierce naturalista.
So far, so good, but suddenly I was starting to behave like an extremist… just like it happened when I had chemicals in my hair, except with natural hair. I would look at those who would straighten their hair and shake my head in disapproval, I would do a campaign at home, at college and for anyone who wanted to hear, that there is nothing more correct than having natural hair, and if someone dared to say that they preferred relaxed hair, they would be on my black list, the enemy that deny their African identity, the one with the colonized mind, the one that is less black … anyway, it really bothered me.
I have recruited some friends for the natural wave, I do not say forcibly, because nobody does what they don’t want to do, but I did take it seriously. I’m glad they were happy, but part of that happiness came from the fact that they had done it on their own time and did not give in because someone insisted it was what they should do, if it had been, I would be feeling bad . Bad? Why?
In life we are all on different journeys and there are certain processes that, if forced, create total and complete chaos. If we want to keep healthy hair(note that I said it in general) it is something that requires a lot of dedication, a lot of study time to know what the hair likes or dislikes, and honestly, for a lot of people this is boring and too laborious.
We have to understand that for some hair is not something very important, it is just hair … there are people who take their hair to a political side, it’s their perspective, it’s how they feel it. For some, their hair is an adornment, they like to have fun with the variety of hairstyles they can do, and it’s how they feel.
I want to say that, in the end, we should respect each other for our choices. If someone finds it more practical to use relaxed hair, it is important that they feel good about themselves, without having to have fingers pointed at them and judgmental people, saying that they do not live life the way it should be lived, who are we to say?
Let us first safeguard our sanity, and the sanity of our sisters, the world is already so full the world is already so full of pressures, we do not need to increase anyone’s pain.
Let us embrace and value what is most beautiful and precious in each one of us! Our souls of beautiful people =)
Well … if you have noticed, this applies to any area of life. We need more hugs and fewer pointed fingers. Let’s make a deal for 2019?
I have countless debts (super late videos and irregular articles) and I promise to strengthen myself mentally to comply, because I am grateful to have created a community of faithful readers, who, even without commenting, always give me strength and a very great energy when we meet. But please comment and let me know you are reading. I won’t lie, IT IS IMPORTANT!
I promise to take care of you more, and you promise to take care of yourself too, with much love and care, understanding, self-compassion and self-love! Let us spread in the world the light within us!
Thank you so much for the wonderful 2018 you gave me. This baby was born, it will not die soon!
I’ts January, I hope 2019 to be a year full of accomplishments!
With a warm hug, I bid you farewell,
Gizas
HairVenturas 
I loved how you mentioned that hair has different meanings for different people and how that logic can translate into different areas of our lives.
Keep it up ❤️
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Thank you for your comment “Stalker”! Appreciated ❤️
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